O estudo foi feito com base em pesquisas com gerentes e executivos de companhias, alcançando 4.000 respondentes em 113 países. Entre as boas notícias está a evidência da relação direta entre investimento responsável em sustentabilidade e lucratividade: 33% das empresas participantes da pesquisa já comprovam que este investimento se paga e contribui para a lucratividade.
De acordo com a amostra, 70% das empresas já incluiu o tema sustentabilidade em suas agendas permanentes. Em tempos de vacas magras, onde seria esperada uma baixa nestes investimentos, a realidade mostra justamente o contrário: apesar de não figurar entre os itens mais prioritários da agenda (em geral, ficou na oitava posição do ranking geral de prioridades), o tema ganha cada vez mais compromisso e recursos.
Esta tendência se verifica em todas as indústrias, embora tenha mais força naquelas mais intensivas no uso de recursos - energia e utilidades, bens de consumo, commodities, químicas e automotivas. Neste tipo de indústria há muita incerteza sobre o futuro das regulamentações ambientais, e algumas empresas estrategicamente já se antecipam na construção de reputação e relacionamento junto a ONGs e governos. Entre as lanternas do ranking, estão as indústrias de tecnologia e serviços, que ainda não percebem sustentabilidade como requisito para competitividade, embora comparativamente a edições anteriores, esta situação é cada vez menos comum.
Entre os principais direcionadores externos para o investimento em sustentabilidade figuram a pressão dos clientes por produtos e serviços mais sustentáveis, e os investidores institucionais:
- Clientes pessoa-física ainda não estão abertos para pagar mais caro pela sustentabilidade embarcada, mas clientes corporativos já o fazem pela redução de custos futuros;
- Investidores institucionais - como universidades e fundos de pensão - têm demandado cada vez mais informações de desempenho em sustentabilidade, aumentando o valor e necessidade de métricas acuradas.
- 25% dos respondentes indicaram a melhoria da capacidade de inovação em produtos e serviços;
- 22%, a melhoria dos modelos de negócio e processos de inovação.
- Têm um business case para sustentabilidade (probabilidade 3x maior)
- 50% mais provável de terem compromisso do CEO para o tema
- Têm um processo de reporting próprio para sustentabilidade (2x)
- Têm um executivo designado (CSO, ou Chief Sustainability Officer) e um Comitê próprio (2,5x)
- Têm indicadores de desempenho pessoais e operacionaois ligados a sustentabilidade (2x)
- Têm maior colaboração com stakeholders dentro e fora da empresa - incluindo clientes e fornecedores
Evidenciou-se também que os que adotaram práticas sustentáveis principalmente como resposta a riscos regulatórios, e não necessariamente transformando seus processos de negócio, não capturaram benefícios para a lucratividade decorrentes destas ações. Quanto mais se adia a inclusão da sustentabilidade na agenda de gestão, maior o risco de fazê-lo por uma questão de compliance regulatório.
Portanto, está provado que é possível e real a capacidade de realizar lucros a partir do investimento responsável e comprometido em sustentabilidade. E isso vai bastante além de melhorar a comunicação, estreitar o relacionamento, e gerenciar riscos e reputação.
O relatório está disponível mediante solicitação, em formato digital e gratuito no website da MIT Sloan Management Review (em inglês). Vale a pena conferir, além do texto integral também os gráficos interativos com o perfil das respostas e análises por tema.
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