4 Jul 2007

abordagem prática da governança de TI

Acompanhando algumas discussões gerenciais sobre desafios da governança de TI, observo que muitos ainda acreditam que uma boa implementação de abordagem seja realizável sob a ótica de implantação de frameworks conhecidos de melhores práticas. A mim me parece que esta visão é um tanto simplista: como poderíamos concordar que um framework de melhores práticas, por si, seria capaz de assegurar que em última análise a operação de TI entrega o que se propõe agregando valor real ao negócio, gerenciando seus recursos da melhor forma, permitindo a gestão e mitigação de riscos e ainda justificando o investimento que se faz nela?

Sim, controle é fundamental. Mas não é tudo. Quem não tem alinhamento estratégico e envolvimento efetivo da alta administração nos processos decisórios de TI, corre o risco de controlar com eficácia o que pouco - ou nenhum - valor agrega ao negócio!

Continuo com a sensação incômoda de que para muitos, o como vem antes do o quê, ainda que involuntariamente. É como destaca o ditado: para quem não sabe onde quer chegar, qualquer ônibus serve. Mas lembre-se: quem não sabe onde quer chega jamais terá condições de avaliar se chegou ou não.

Para quem ainda se sente pouco à vontade com estes conceitos e entorno do tema governança de TI, uma dica: o seminário "Análise e mensuração de resultados da Governança em TI" realizado e promovido pelo IBC Brasil e previsto para acontecer em São Paulo em setembro próximo (dias 19, 20 e 21). Mais informações no site do IBC.

26 Apr 2007

investimento "ambiental" agora patrocinado pela BM&F

A moda de investir em projetos e negócios na área ambiental, desenvolvimento sustentável e combate ao efeito estufa, é uma realidade já relativamente sedimentada mundo afora. A mecânica é simples e interessante: as empresas fomentam projetos de mecanismos de desenvolvimento limpo através da compra dos chamados créditos de carbono, a moeda deste mercado. Na prática isso funciona assim:
  • Cada empresa calcula o impacto de tudo o que seu negócio usa e deixa para trás no curso de um dia de operação. Do papel usado no escritório, eletricidade, ao combustível nos carros usados para transportar os funcionários para o trabalho, todos deixam para trás algum tipo de resíduo no planeta;
  • Seguindo uma fórmula pré-determinada, é possível dimensionar quanto a operação diária de uma empresa requer de produção de dióxido de carbono. Este número é conhecido como créditos de carbono ou créditos de energia renovável.

Colocar preço na demanda de carbono é apenas uma forma de tentar fazer do planeta um lugar melhor, o primeiro passo rumo à energia sustentável. Cada empresa adquire então créditos de carbono em quantidade compatível com seu consumo de energia. E estes créditos se transformam em investimento em projetos de redução de emissão de poluentes e energia renovável.

Do outro lado da linha ficam os projetos ambientais, que devem buscar um selo de certificação verde como parte do seu processo de qualificação para receber investimentos oriundos dos créditos de carbono. Nos Estados Unidos, estes RECs - Renewable Energy Credits - são verificados e certificados, entre outras, por entidades como a Green-e.

A boa nova é que aqui em terra brasilis, a BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros) passou a suportar a comercialização destes créditos, inclusive apoiando o lançamento do website Mercado Carbono, com informações sobre negócios na área ambiental, desenvolvimento sustentável e combate ao efeito estufa. O objetivo é promover o encontro entre quem produz e quem desenvolve projetos de responsabilidade ambiental com investidores, empresários e cidadãos. Estimado em US$ 30bi anuais, este mercado de créditos de carbono é ainda pouco conhecido dos brasileiros.
Dentre as empresas brasileiras que já contam com o selo verde, a Banda Sinfônica do Estado de São Paulo, se destaca como a primeira orquestra a aderir ao Programa Carbono Neutro; por meio dele, a emissão de GEE (gases de efeito estufa) gerada pelos espetáculos da Banda é quantificada e neutralizada pelos créditos de carbono que financiam o plantio e manutenção de árvores, feito pela Fundação S.O.S Mata Atlântica.

Conheça mais sobre este tema explorando os links deste post e ajude a divulgar esta idéia. O planeta agradece!

18 Apr 2007

Brazil, Land of Promise

Por recomendação do Rogers, acabo de ler um survey muito maduro, encomendado pela renomada The Economist, ao correspondente em São Paulo Brooke Unger, e publicado em 12 de abril último. O tema, não poderia ser mais apropriado num momento em que o não menos renomado Goldman Sachs reafirma o status do Brasil como membro integrante do "BRIC" - designação usada para indicar as quatro nações em desenvolvimento com maior potencial de dominar a economia mundial em 2050.

A questão que o survey se propõe a explorar - e fica longe de responder - é por que o desempenho do Brasil não decola em linha com a expectativa de seus 188 milhões de brasileiros, sendo que ele reúne todas as condições essenciais promotoras de alto desempenho: país grande, democrático, estável e rico em recursos. A constatação é que o Brazil é um campo de batalha entre progresso e inércia. E na opinião da antropóloga Jacqueline Muniz, isso se deve em boa parte ao fato de que o Brasil contemporâneo é um misto de duas moralidades: uma desigual e hierárquica; outra, universal e igualitária.

Inflação sob controle, risco de quebradeiras oriundas de crises internacionais em baixa, bom relacionamento com países vizinhos, democracia consolidada, exportações recordes... a não ser pela falência do sistema educacional, crime organizado e crise aérea longe de se resolver de forma apropriada, o que de mais básico nos falta para começar a inverter o jogo com salto expressivo de desempenho? É uma questão para se pensar.

serviço:
  • Survey BRAZIL, Land of Promise, from The Economist printed edition, available here.
  • Interview with the author Brooke Unger, available in MP3 format here.

17 Apr 2007

notícias do mundo PJ

Interessante a matéria publicada na edição Online do Jornal Valor Econômico hoje, assinada por Raquel Salgado. Baseada num estudo encomendado pelo Sindeepres (Sindicato das Empregados em Empresas de Terceirização de Serviços) ao economista da Unicamp, professor Marcio Pochmann, os resultados são a constatação de uma realidade que, ao que parece, apenas nossa CLT de 1940 e juristas que ainda a apóiam, insistem em não enxergar.

Segundo a pesquisa, 41,9% dos empregados de empresas de terceirização estiveram em 2005 alocados em atividades fins das empresas. Este fenômeno tem nome, foi batizado de "superterceirização" e para entender sua popularidade crescente basta tomar em conta dois números:
  • 56,5% é o percentual de redução de custo da empresa cliente ao contratar um trabalhador por meio de terceirização ao invés de tê-lo como seu funcionário em regime CLT;
  • 11,7% é o percentual de redução de custo para contratação de um autônomo também em contraste com a contratação direta com carteira assinada
E para fechar este post, um último dado que salta aos olhos: há 20 anos atrás, 4,3% das empresas de terceirização não tinham empregados (vulgas Eu SAs); em 2005, esse número subiu para 30,4% do total. Senhores, ganhar competitividade é preciso, tanto quanto definitivamente regulamentar as novas formas de contratação de trabalho que estão, já há mais de 20 anos, e para ficar.

Launching ThinkingBiz!

Num mundo pautado pela disponibilidade e perecibilidade de informações, o valor destas gradualmente se torna função da habilidade de selecionar e combinar fontes, e montar seu próprio quebra-cabeças (the big picture) em busca de estórias confiáveis, que sirvam de base para tomada de decisões consistentes.

Como parte de meu trabalho profissional, há anos venho exercitando esta disciplina de compilação de informações, qualificação de fontes e costura de cenários para suportar a tomada de decisão em diversos projetos e situações de negócio.

E tendo em vista a regularidade com que estes assuntos têm surgido em meu blog pessoal, crio aqui um espaço exclusivo, para tratar de temas relacionados à área de gestão de negócios, tecnologia de informação, planejamento estratégico e afins.

Comentários, sugestões e contribuições são benvindos. Aproveitem!